Em um mapa mundi tão convencional, até o Polo Norte se sentia um lorde inglês,
imponente e intocável, no trono de sua majestade cartográfica. O Polo Sul, por
outro lado, parecia um jardim de inverno esquecido, relegado aos fundos, como
se fosse um primo pobre que ninguém convida para a ceia de Natal. Mas, como
diria o velho ditado, "nem tudo que é mapeado está perdido", e o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) decidiu que já era hora
de virar o jogo.
Com um gesto que parecia mais um movimento de capoeira do
que uma simples mudança cartográfica, o IBGE colocou o Brasil no centro do
mapa, como se dissesse ao mundo: "Chega de ser o país do futebol, agora
somos o país do eixo mundial!". E não foi só o Brasil que se deu conta de
que estava na hora de sair do armário da invisibilidade. Muitos países do Sul
Global, aqueles que sempre foram as sombras projetadas pelo sol do Norte,
estavam cansados de ser vistos de cima.
Afinal, quem precisa de um norte para se guiar quando se tem
o próprio coração como bússola? Os países do Sul Global, em um movimento que
misturava a astúcia de um gato e a elegância de um pavão, começaram a se
colocar no centro do palco, literalmente. Era como se dissessem: "Está
bom, se querem tanto estar em cima, que fiquem com a neve e o frio. Nós vamos
aqui, abaixo, onde o sol brilha mais forte e a cultura floresce em cores
vivas."
E assim, a dança das nações continua, com o Norte ainda
tentando manter a pose de superioridade, enquanto o Sul desafia com um sorriso
maroto: "Vocês acham mesmo que são os únicos que sabem dançar ao ritmo do
mundo?"
A cultura acadêmica do Norte Global, tão orgulhosa de si
mesma, começa a ser questionada. Afinal, quem disse que a Europa é a mestra de
todas as ciências? O Egito, a China, a Índia, esses gigantes adormecidos do
Sul, acordam para mostrar que suas contribuições para a ciência e a filosofia
são tão antigas e significativas quanto as do Norte.
Enquanto isso, os povos indígenas e africanos, esquecidos
nas sombras do conhecimento ocidental, levantam suas vozes, cantando hinos de
sabedoria que ecoam pelos quatro cantos do globo, mostrando que o conhecimento
não tem norte ou sul, mas sim raízes que se entrelaçam em um mosaico de
aprendizado e compreensão.
No final, o mapa mundi não é mais apenas um pedaço de papel com linhas e cores. É um reflexo da luta contra o preconceito, uma declaração de que todos os povos, independentemente de onde estejam no globo, merecem respeito e reconhecimento por suas culturas e contribuições. E se o Norte ainda insiste em se achar o centro do universo, que o Sul Global continue mostrando que, na verdade, o centro é onde a diversidade encontra a força para florescer em todas as direções.
Um comentário:
Agora o Brasil tem presidente.😉
Linda crônica!
Parabéns,Professor Robson! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
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