A saga das famílias e seus
bichinhos de estimação! É quase um rito de passagem. A mãe, na tentativa de
agradar os filhos, cede à chantagem emocional e adquire um novo membro peludo
para a família. Mas, veja bem, o que começa como um inocente presente pode
rapidamente se transformar em uma montanha-russa de emoções e despesas.
Primeiro, há a questão
financeira. Cuidar de um pet é como ter um pequeno buraco negro em sua conta
bancária. Comida especial, brinquedos da moda, roupas chiques (porque todos
sabemos que um cachorro precisa de uma camiseta com estampa de abacaxi no verão)
- tudo isso começa a pesar no orçamento familiar. Não é de se surpreender que
algumas famílias estejam muito endividadas e, ao mesmo tempo, comprando ração
orgânica para seus queridos amigos de quatro patas.
E quando o assunto é afetivo, os
animais de estimação têm um jeito de fazer você se apegar a eles de uma forma
que você nunca imaginou. Eles têm um dom especial para ouvir todas as suas
reclamações, compartilhar seus segredos mais profundos e até mesmo se tornar
seu terapeuta pessoal. Quem precisa de um analista quando você tem um gato fofo
que ronrona?
Mas o problema real é quando o
amor pelos bichinhos ultrapassa o limite do razoável. Alguns chegam a gastar
fortunas em tratamentos médicos para seus pets. Sim, você leu corretamente,
estamos falando de internações caríssimas para um ser que não pode nem
preencher um formulário de seguro de saúde.
E, por falar em exageros, temos
as famílias que compram suvenires de arrependimento por deixar seus animais
sozinhos. Como se um chaveiro de cachorrinho pudesse substituir a companhia
real de um cão.
Mas, espera aí, por que não levar
em consideração os motivos para não adotar um pet? Compromisso a longo prazo,
responsabilidades financeiras, tempo e disponibilidade - essas são apenas
algumas das considerações que devemos fazer. Afinal, criar um filho é uma
tarefa árdua, mas pelo menos você não precisa se preocupar com o custo de uma
cirurgia de castração.
E não podemos esquecer daqueles
que usam seus animais de estimação como uma válvula de escape para a pressão de
criar filhos. "Mamãe precisa de um tempo sozinha com seu cãozinho para
relaxar, querido."
Mas, sério, será que estamos indo
longe demais com essa obsessão por pets? Estamos gastando mais em nossos
animais do que em nossos próprios filhos. Talvez seja hora de repensar nossas
prioridades e investir mais na educação e no futuro das crianças. Afinal, são
elas que sustentarão a bolha capitalista no futuro. E, quem sabe, talvez
precisemos lembrar que os pets são animais, não bebês humanos.
Enfim, não podemos negar que os
animais de estimação se tornaram parte integral de nossas vidas, com seus
próprios lugares na cama, refeições especiais e até mesmo consultas ao
"veterinário-terapeuta". Mas será que essa evolução nos tornou seres
humanos melhores ou apenas mais carentes de atenção? A resposta fica por conta
de cada um de nós. E enquanto isso, vou ali comprar um chapéu de sol para meu
hamster, ele não gosta muito do calor.
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